Your browser doesn't support javascript.
loading
Show: 20 | 50 | 100
Results 1 - 20 de 30
Filter
1.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e250951, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1448948

ABSTRACT

Este artigo tem por objetivo identificar e discutir alguns estratagemas psicológicos utilizados por movimentos conservadores e autoritários recentemente difundidos no Brasil - em especial, pelo Movimento Escola sem Partido -, em relação a temas como sexualidade e gênero, que atualmente foram incluídos como essenciais à formação escolar. Com esse propósito, empenhamo-nos em compreender a perspectiva cultural em que se apoiam e o modo como a articulam, ideologicamente, para inviabilizar o debate sobre eles. A partir da análise dos Projetos de Lei 246/2019 e 1859/2015, identificamos estratégias conservadoras que, autoritariamente, deslegitimam sua inclusão na formação escolar. Dentre elas, pareceu-nos urgente investigar a instrumentalização da religião, pois favorece a subordinação da crença religiosa, sobretudo associada ao conservadorismo moral imbricado na tradição cristã brasileira, ao discurso político autoritário. Assim como os movimentos fascistas que, nos Estados Unidos da década de 1930, reivindicavam um ordenamento autoritário e opressor da sociedade por meio do apelo a conteúdos religiosos instrumentalizados para esse fim, atualmente, o discurso religioso também é utilizado como forma de suscitar adesão ao conservadorismo social e político e de justificar preconceitos arraigados. Constatamos que a instrumentalização da religião é uma forma de justificar a permanência de valores conservadores na escola e na sociedade, bem como de reiterar o modelo de família heterossexual monogâmica e a ordem patriarcal. Por meio de estratagemas como esses, os movimentos conservadores e autoritários, articulados em função da negação da diversidade sexual e de gênero, impedem que a escola se constitua como espaço democrático e diverso.(AU)


This paper identifies and discusses the psychological ploys employed by recent conservative and authoritarian movements in Brazil, particularly the School without Party movement, against topics like sexuality and gender, which are currently included as essential to school education. To do so, we sought to understand their cultural basis and how they are ideologically articulated to prevent school debate around these topics. By analyzing Bills 246/2019 and 1859/2015, we identified some conservative strategies that authoritatively delegitimize their inclusion in school education. Chief among them is the instrumentalization of religion, since it favors subordinating religious belief, mainly associated with traditional Christian moral conservatism, to authoritarian political discourse. Similar to the fascist movements in the 1930s United States that claimed an authoritarian and oppressive ordering of society by appealing to religious content, religious speech is currently instrumentalized to encourage social and political conservatism adherence and to justify deep-seated prejudices. Religion instrumentalization is used to justify upholding conservative values at school and in society, as well as to reiterate the monogamous heterosexual family model and patriarchy. Through such ploys, authoritarian and conservative movements, articulated around denying sexual and gender diversity, prevent the school from becoming a democratic and diverse environment.(AU)


Este artículo tiene por objetivo identificar y discutir algunas de las estratagemas psicológicas que utilizan los movimientos conservadores y autoritarios, difundidas recientemente en Brasil, en particular por el Movimiento Escuela sin Partido, con relación a temas como sexualidad y género, que actualmente se incluyeron en la formación escolar. Con este propósito, se pretende comprender la base cultural en la que se han apoyado y cómo la articulan ideológicamente para hacer inviable el debate sobre ellas. A partir de análisis de los Proyectos de Ley 246/2019 y 1859/2015, se identificaron estrategias conservadoras que, autoritariamente, deslegitiman la inclusión de estos temas en la formación escolar. Entre ellas, parece urgente analizar la instrumentalización de la religión, porque favorece la subordinación de la creencia religiosa al discurso político autoritario, sobre todo asociada al conservadurismo moral presente en las vertientes del cristianismo brasileño. Al igual que los movimientos fascistas en los Estados Unidos en los años 1930 que reivindicaban una planificación autoritaria de la sociedad mediante un llamado a contenidos religiosos instrumentalizados, actualmente se utiliza el discurso religioso como forma de promover la adhesión al conservadurismo social y político y de justificar los prejuicios. Se constata que la instrumentalización de la religión es un modo de justificar la permanencia de valores conservadores en la escuela, así como de confirmar el modelo de familia heterosexual monógama y el orden patriarcal. Estos estratagemas que son utilizados por los movimientos conservadores y autoritarios, articulados en función de la negación de la diversidad sexual y de género, impiden que la escuela sea democrática y diversa.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Politics , Religion , Schools , Sexuality , Gender Identity , Political Systems , Psychology , Psychology, Social , Public Policy , Rationalization , Role , Science , Sex Education , Authoritarianism , Social Class , Social Environment , Social Security , Socioeconomic Factors , Stereotyping , Teaching , Thinking , Transsexualism , Mainstreaming, Education , Bisexuality , Technological Development , Mental Health , Ethics Committees , Communism , Cultural Diversity , Feminism , Life , Address , Modernization of the Public Sector , Culture , Capitalism , Public Power , Delivery of Health Care , Democracy , Protestantism , Racial Groups , Reproductive Rights , Economics , Education , Education, Professional , Educational Status , Methodology as a Subject , Population Studies in Public Health , Reproductive Health , Sexism , Mentoring , Fascism , Political Activism , Interdisciplinary Placement , Ethnocentrism , Extremism , Social Oppression , Gender Mainstreaming , Sexual Vulnerability , Gender Norms , Gender Binarism , Gender Studies , Gender-Inclusive Policies , Respect , Public Nondiscrimination Policies , Freedom of Religion , COVID-19 , Government , Hierarchy, Social , Human Rights , Individuality , Lobbying , Morals
2.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249090, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1431130

ABSTRACT

No Brasil, o trabalho doméstico remunerado é essencialmente feminino e emprega cerca de 5,9 milhões de mulheres, correspondendo a 16,8% da ocupação feminina. Desse contingente, 61 % são compostos por mulheres negras. As empregadas domésticas estiveram historicamente submetidas a uma série de aspectos excludentes, como baixa remuneração, contratações à margem da legalidade e discriminação de gênero e raça. Esta pesquisa objetivou compreender a resistência enquanto categoria fundamental para compreensão do trabalho doméstico. Ao falar sobre essa categoria, destacamos a subjetividade que constitui os fenômenos sociais, partindo de uma compreensão dialética e histórica do sujeito e da relação indivíduo-sociedade, inserida em uma historicidade. Os resultados encontrados, coletados por meio de documentos, notícias, reportagens, participações no sindicato da categoria e da realização de entrevistas com cinco domésticas apontam a existência de formas de resistência no campo do trabalho doméstico, compondo movimentos de oposição e reação ao modus operandi colonial e às hierarquias de gênero-raça-classe que formam a sociedade brasileira. A psicologia sócio-histórica foi escolhida como abordagem teórico-metodológica, pois possibilita compreender do homem como ser ativo, social e histórico. Ao investigar as formas de resistência presentes nesse tipo de trabalho, compreende-se a trabalhadora doméstica não como mera consequência da realidade social em que se insere, mas como sujeito ativo que constitui essa realidade e é simultaneamente constituído por ela. Com esta pesquisa, pretende-se contribuir com a crítica à ideologia dominante que subalterniza essas trabalhadoras e as relega à subcidadania, uma condição sem reconhecimento e direitos.(AU)


In Brazil, paid domestic work is essentially female and employs about 5.9 million women, corresponding to 16.8% of the female occupation. Of this contingent, 61% is made up of black women. Domestic workers have historically been subjected to a series of exclusionary aspects, such as low remuneration, hiring outside the legal system and gender and race discrimination. This research aimed to understand resistance as a fundamental category for understanding domestic work. When talking about this category, we highlight the subjectivity that constitutes social phenomena, starting from a dialectical and historical understanding of the subject and the individual-society relationship, inserted in a historicity. The results found, collected from documents, news, reports, participation in the category union and interviews with five domestic workers, point to the existence of forms of resistance in the field of domestic work, composing movements of opposition and reaction to the colonial modus operandi and the gender-race-class hierarchies that make up Brazilian society.Socio-historical psychology was chosen as a theoretical-methodological approach, since it provides an understanding of man as an active, social and historical being. When investigating the forms of resistance present in this type of work, the domestic worker is understood not as a mere consequence of the social reality in which she is inserted, but, as an active subject, who constitutes this reality and is simultaneously constituted by it. This research intends to contribute to the criticism of the dominant ideology that subordinates these workers and relegates them to a sub-citizenship, a condition without recognition and rights.(AU)


El trabajo doméstico remunerado en Brasil es predominantemente femenino y emplea casi 5,9 millones de mujeres, lo que corresponde al 16,8% de la ocupación femenina. El 61% de este grupo está compuesto por mujeres negras. Históricamente, las trabajadoras del hogar han sido sometidas a una serie de aspectos excluyentes, como la baja remuneración, la contratación fuera del sistema legal y la discriminación de género y raza. Esta investigación tuvo como objetivo comprender la resistencia como categoría fundamental para entender el trabajo doméstico. Al hablar de esta categoría, se destaca la subjetividad que constituye los fenómenos sociales a partir de una comprensión dialéctica e histórica del sujeto y la relación individuo-sociedad, insertada en una historicidad. Los datos recogidos de documentos, noticias, participación en la categoría unión y entrevistas con cinco sirvientas permitieron concluir que existen formas de resistencia en el ámbito del trabajo doméstico, que se componen de movimientos de oposición y reacción al modus operandi colonial y a jerarquías de género-raza-clase que conforman la sociedad brasileña. La psicología sociohistórica fue el enfoque teórico-metodológico utilizado, ya que proporciona una comprensión del ser humano como ser activo, social e histórico. El análisis de las formas de resistencia presentes en este tipo de trabajo permite identificar la trabajadora doméstica no como una mera consecuencia de la realidad social en la cual se inserta, sino como sujeto activo que constituye esta realidad y, a la vez, es constituido por ella. Se espera que esta investigación pueda contribuir a la crítica de la ideología dominante que subordina a estas trabajadoras, relegándolas a una subciudadanía, una condición sin reconocimiento y sin derechos.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Personal Satisfaction , Cultural Characteristics , Sociological Factors , History , Household Work , Poverty , Prejudice , Psychology , Public Policy , Salaries and Fringe Benefits , Social Behavior , Social Change , Social Class , Social Conditions , Social Environment , Social Justice , Social Mobility , Social Problems , Socioeconomic Factors , Stereotyping , Women's Rights , Population Characteristics , Occupational Risks , Accidents, Occupational , Family , Poverty Areas , Population Dynamics , Hunger , Workload , Civil Rights , Safety Management , Contract Services , Censuses , Legislation , Access to Information , Death , Aggression , Human Rights Abuses , Black People , Economics , Educational Status , Employee Grievances , Employment , Job Market , Ethics , Femininity , Social Participation , Racism , Social Discrimination , Social Marginalization , Enslavement , Literacy , Moral Status , Work-Life Balance , Political Activism , Academic Failure , Cultural Rights , Socioeconomic Rights , Social Oppression , Economic Status , Respect , Right to Work , Empowerment , Emotional Abuse , Disinformation , Home Environment , Ethnic and Racial Minorities , Social Vulnerability , Citizenship , Working Conditions , Health Benefit Plans, Employee , Hierarchy, Social , Housing , Labor Unions , Deception , Mothers
3.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249513, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1431132

ABSTRACT

Este ensaio teórico-reflexivo tem como objetivo discutir sobre as contribuições dos estudos da criminologia e sua crítica para as diversas formas de aprisionamento feminino, e mais atualmente para o encarceramento em massa no sistema prisional, além de abrir espaço para o debate sobre as diferentes perspectivas feministas e as relações com os estudos criminológicos, sobretudo com os posicionamentos da chamada criminologia crítica. Reconhecem-se importantes avanços e conquistas feministas no debate sobre a estruturação masculinizada do direito penal e do seu fazer jurídico, mas também a manutenção de diversas formas de violência de gênero que configuram um sistema penal antropocêntrico, seletivo, racista e discriminatório. Indica-se a urgência de estudos interseccionais que considerem as particularidades e reinvindicações das mulheres no cárcere e suas formas de militância, sobretudo diante de população carcerária feminina composta majoritariamente por mulheres negras, pobres e periféricas. Faz-se visível a necessidade de uma análise dos fatores que atravessam o encarceramento feminino por uma ótica feminista plural, adequada às realidades que se estudam e atenta às múltiplas perspectivas que podem existir dentro do feminismo.(AU)


This theoretical-reflexive essay aims to discuss the contributions of criminological studies and their critique of the various forms of imprisonment of women, and more recently of mass incarceration in the prison system, in addition to opening space for the debate on the different feminist perspectives and their relations with criminological studies, especially with the positions of the so-called critical criminology. Important feminist advances and conquests are recognized in the debate about the masculinized structure of penal law and its legal practice, but also the maintenance of diverse forms of gender violence that configure an anthropocentric, selective, racist, and discriminatory penal system. It indicates the urgency of intersectional studies that consider the particularities and claims of women in prison and their forms of militancy, especially in the face of the female prison population composed mostly of black, poor, and peripheral women. The need for an analysis of the factors that cross women's imprisonment from a plural feminist perspective, adequate to the realities under study and attentive to the multiple perspectives that may exist within feminism, becomes visible.(AU)


Este ensayo teórico-reflexivo pretende discutir las aportaciones de los estudios criminológicos y su crítica a las distintas formas de encarcelamiento femenino, y más recientemente de encarcelamiento masivo en el sistema penitenciario, además de generar debate sobre las distintas perspectivas feministas y sus relaciones con los estudios criminológicos, especialmente con las posiciones de la Criminología Crítica. Se reconocen importantes avances y logros feministas en el debate sobre la estructuración masculinizada del derecho penal y su práctica jurídica, además del mantenimiento de diversas formas de violencia de género que configuran un sistema penal antropocéntrico, selectivo, racista y discriminatorio. Se necesitan estudios interseccionales que consideren las particularidades y reivindicaciones de las mujeres en prisión y sus formas de militancia, principalmente ante la población penitenciaria femenina compuesta mayoritariamente por mujeres negras, pobres y periféricas. Se hace evidente la necesidad de analizar los factores que inciden en el encarcelamiento femenino desde una perspectiva feminista plural, adecuada a las realidades que se estudian y atenta a las múltiples perspectivas que pueden existir dentro del feminismo.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Prisons , Feminism , Criminology , Patient Escort Service , Prejudice , Sex Work , Psychology , Psychology, Social , Public Policy , Punishment , Quality of Life , Rape , Rejection, Psychology , Religion , Role , Safety , Sexual Behavior , Social Adjustment , Social Behavior , Social Change , Social Class , Social Problems , Socialization , Socioeconomic Factors , Sociology , Stereotyping , Taboo , Theft , Unemployment , Pregnancy , Poverty Areas , Child Rearing , Demography , Family Characteristics , Hygiene , Family Planning Policy , Witchcraft , Colonialism , Congresses as Topic , Sexuality , Knowledge , Statistics , Crime , Culture , Vandalism , Health Law , State , Government Regulation , Law Enforcement , Vulnerable Populations , Aggression , Racial Groups , Educational Status , Humanization of Assistance , Job Market , Menstrual Hygiene Products , Femininity , Ageism , Racism , Sexism , Social Discrimination , Drug Trafficking , Recidivism , Political Activism , Social Oppression , Sexual Vulnerability , Androcentrism , Freedom , Respect , Civil Society , Gender Role , Intersectional Framework , Citizenship , Family Structure , Correctional Facilities Personnel , Health Promotion , Homicide , Household Work , Human Rights , Malpractice , Menstruation , Morals , Mothers , Motivation
4.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e252791, 2023. graf
Article in English | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1440789

ABSTRACT

This study examined the content published by the newspaper Folha de São Paulo regarding domestic violence before and after Law 11340/06, commonly known as Maria da Penha Law, came into force. A retrospective and comparative documentary research analyzed 3408 news reports published between 1994 and 2018. Divided into two corpora, '12 years before' and '12 years after' the Law, the material was analyzed using the IRaMuTeQ software and Descending Hierarchical Classification. The first corpus included news reports on cases involving celebrities and little about ordinary people. It also covered the feminist struggle to reduce domestic violence, focusing on specialized police stations and shelters. The second corpus included reports on the achievements generated by the Law and its challenges, pointing out the need to regard the law as more than a punitive instrument, addressing its preventive and care spheres. Problematizing how the media discloses such law is paramount, since the content divulged affects the construction of social representations.(AU)


Este artículo tuvo por objetivo identificar el contenido de la violencia doméstica transmitido en el periódico Folha de S. Paulo antes y después de la Ley 11.340/2006 (Ley Maria da Penha). La investigación fue de carácter documental retrospectivo y comparativa, realizada a partir de 3.408 noticias difundidas entre 1994 y 2018. El material se dividió en dos corpus: 12 años antes y 12 años después de la Ley, y se analizó con el software IRaMuTeQ. En el primer corpus, los medios informaron casos de celebridades y poco sobre la gente común. También abordaron la lucha feminista para reducir la violencia doméstica. Como no existe una legislación específica, la atención se centró en estaciones de policía especializadas y refugios. En el segundo corpus, se observaron los logros generados por la Ley y sus desafíos. Se identificó la necesidad de mirar la Ley desde un punto de vista no solo punitivo, sino también abordando las esferas preventivas y de asistencia. Se enfatiza la importancia de problematizar la difusión de la Ley en los medios, ya que los contenidos generalizados afectan la construcción de las representaciones sociales.(AU)


Este artigo pretende identificar o conteúdo sobre violência doméstica difundido no jornal Folha de S. Paulo antes e depois da Lei 11340/06 (Maria da Penha). A pesquisa foi documental, retrospectiva e comparativa; com 3408 reportagens entre 1994 e 2018. O material foi dividido em dois corpora: 12 anos antes e 12 anos depois da lei, e analisado com software IRaMuTeQ. No primeiro corpus, a mídia divulgava casos de celebridades e pouco acerca de pessoas do cotidiano. Também trouxe a luta feminista para diminuir a violência doméstica. Em virtude da então inexistência de uma legislação específica, os destaques eram as delegacias especializadas e as casas abrigo. No segundo corpus, observou-se as conquistas geradas pela lei e seus desafios. Identificou-se a necessidade de olhar para a lei por um viés não apenas punitivista, abordando as esferas preventivas e assistenciais. Destaca-se a importância de problematizar a difusão da lei na mídia, visto que os conteúdos perpassados afetam a construção de representações sociais.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Women , Domestic Violence , Social Representation , Mass Media , Periodicals as Topic , Population , Prisons , Psychology, Social , Public Opinion , Punishment , Quality of Life , Radio , Sex Offenses , Shame , Social Conditions , Social Environment , Social Problems , Socioeconomic Factors , Spouse Abuse , Television , Torture , Unemployment , Women's Rights , National Health Strategies , Attitude , Divorce , Family , Marriage , Family Characteristics , News , Civil Rights , Sexual Harassment , Communication , Colonialism , Feminism , Crime Victims , Periodical , Crime , Single-Parent Family , Culture , Dangerous Behavior , Death , Stress Disorders, Traumatic, Acute , Aggression , Human Rights Abuses , Dependency, Psychological , Dominance-Subordination , Disease Prevention , Family Relations , Stalking , Fear , Femininity , Sexism , Social Capital , Trauma and Stressor Related Disorders , Psychological Trauma , Defamation , Intimate Partner Violence , Physical Abuse , Gender-Based Violence , Political Activism , Social Oppression , Sexual Vulnerability , Androcentrism , Freedom , Data Analysis , Social Vulnerability Index , Solidarity , Psychological Distress , Sexual Trauma , Gender Equity , Social Structure , Home Environment , Citizenship , Family Structure , Psychological Well-Being , Homicide , Malpractice , Motion Pictures
5.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e264982, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1529201

ABSTRACT

A violência por parceiro íntimo (VPI) consiste em atos que ameacem causar ou efetivamente causem danos em um parceiro dentro de uma relação afetivo-sexual, independente da configuração ou tempo do relacionamento ou de haver coabitação ou não entre as partes. Nas relações homossexuais, a VPI é invisibilizada de diversas maneiras, mesmo sendo reconhecida como uma grave violação de direitos humanos. O estudo objetivou compreender os significados da VPI para um grupo de homens que se relacionam com homens (HRH). Participaram da pesquisa oito HRH, selecionados através da técnica "bola de neve", utilizada devido à sensibilidade do tema, considerando os estigmas de ser HRH. Os dados foram obtidos através de entrevista semiestruturada e foram analisados pela Análise Temática. Como resultados, foram construídas seis categorias: 1º) O armário; 2º) Homofobia 3º) Racismo, poder e vulnerabilidade a VPI; 4º) Sexualidade; 5º) Infidelidade; 6º) HIV, que discutem a interseccionalidade de diversas formas de opressão na produção de VPI entre HRH. Conclui-se que a VPI vivenciada por esse grupo é influenciada por diversos fatores que envolvem a interseccionalidade de vários marcadores sociais, como os estereótipos de masculinidade em relação a hipersexualização e infidelidade, a homofobia como fator direto do estresse minoritário, o racismo que hierarquiza os corpos e invisibiliza o afeto de homens negros, e o estigma de HIV no imaginário social.(AU)


Intimate partner violence (IPV) consists of acts that threaten to harm or actually harm to a partner within an affective-sexual relationship, regardless of the configuration or duration of the relationship or whether or not there is cohabitation between the parties. In homosexual relationships, IPV is made invisible in several ways, even though it is recognized as a serious violation of human rights. The study aimed to understand the meanings of IPV for a group of men in same sex relationships (MSSR). Eight MSSR participated in the research, selected by snowball sampling, used due to the topic's sensitivity, considering the stigmas involved in being MSSR. Data were constructed via semi-structured interviews and analyzed using Thematic Analysis. As a result, six categories were constructed: 1) The closet persons; 2) Homophobia; 3) Racism, power, and vulnerability to IPV; 4) Sexuality; 5) Infidelity; 6) HIV, which discuss the intersectionality of various forms of oppression in the production of IPV among MSSR. Thus, the IPV experienced by this group is influenced by several factors that involve the intersectionality between different social markers, such as stereotypes of masculinity in relation to hypersexualization and infidelity, homophobia as a direct factor of minority stress, the racism that hierarchizes bodies and makes the affection of Black men and the stigma of HIV invisible in the social imaginary.(AU)


La violencia de pareja (VP) consiste en actos que amenazan con causar o de hecho causan daño a una pareja dentro de una relación afectivo-sexual, independientemente de la configuración o duración de la relación o de si existe o no cohabitación entre las partes. En las relaciones homosexuales, la VP se invisibiliza de varias formas, a pesar de que se reconoce como una grave violación de los derechos humanos. Este estudio tuvo como objetivo comprender los significados de VP para un grupo de hombres que se relacionan con hombres (HRH). Ocho HRH participaron de la investigación, seleccionados mediante la técnica de "bola de nieve", utilizada debido a la sensibilidad del tema, considerando los estigmas de ser HRH. Los datos se construyeron mediante entrevistas semiestructuradas y se sometieron a análisis temático. Como resultado se construyeron seis categorías: 1.ª) El armario; 2.º) Homofobia; 3.º) Racismo, poder y vulnerabilidad a la VP; 4.º) Sexualidad; 5.º) Infidelidad; 6.ª) HIV; que discuten la interseccionalidad de diferentes formas de opresión en la producción de VP entre HRH. Se concluye que la VP vivida por este grupo está influida por varios factores que involucran la interseccionalidad entre distintos marcadores sociales, como los estereotipos de masculinidad en relación con la hipersexualización y la infidelidad, la homofobia como factor directo de estrés minoritario, el racismo que jerarquiza cuerpos e invisibiliza en el imaginario social el afecto de los hombres negros y el estigma del HIV en el imaginario social.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Power, Psychological , Marriage , Masculinity , Intimate Partner Violence , Psychological Distress , Men , Paraphilic Disorders , Prejudice , Primary Health Care , Psychology , Rape , Rejection, Psychology , Self Concept , Sexual Behavior , Sex Offenses , Shame , Social Problems , Spouse Abuse , Awareness , Therapeutics , Behavior and Behavior Mechanisms , Family , Sexually Transmitted Diseases , Mental Health , Prevalence , Acquired Immunodeficiency Syndrome , Sexual Harassment , Condoms , Interview , Domestic Violence , Homosexuality, Male , Hazards , Safe Sex , Dangerous Behavior , Aggression , Racial Groups , Dependency, Psychological , Unsafe Sex , Diagnosis , Alcoholism , Erotica , Family Conflict , Family Relations , Fear , Pleasure , Social Stigma , Sexual Health , Racism , Sexism , Social Marginalization , Criminal Behavior , Defamation , Social Oppression , Sexual Vulnerability , Androcentrism , Gender Stereotyping , Embarrassment , Emotional Abuse , Gender Equity , Genital Diseases , Family Structure , Guilt , Handling, Psychological , Homicide , Hostility , Jealousy
6.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e255164, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1529202

ABSTRACT

O presente texto tem o objetivo de explanar ações desempenhadas por psicólogas(os) trabalhadoras(es) dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), em situações de violência intrafamiliar, identificadas a partir do estude empírico realizado por mim, psicóloga pesquisadora, também trabalhadora de um Creas. Participaram da pesquisa doze psicólogas(os), trabalhadoras(es) destes centros, em sete municípios do interior do Rio Grande do Sul, onde foram realizadas, presencialmente, as entrevistas. A análise dos dados apontou para uma compreensão metodológica a partir de três dimensões já apontadas na bibliografia, sendo elas: a) Acolhida Inicial, que demonstra que esses profissionais geralmente iniciam suas práticas com uma família ou indivíduo indo ao encontro destes, buscando a vinculação dos mesmos com o serviço; b) Acompanhamento Especializado, onde essas(es) trabalhadoras(es) desenvolvem suas práticas com diversidade e criatividade, a partir de visitas domiciliares, trabalhos com grupos, indivíduos ou famílias, geralmente em conjunto com outros profissionais, principalmente assistentes sociais; c) Articulação com a Rede, onde se identificou um importante movimento para o trabalho em conjunto com outros serviços disponíveis no território. Por fim, as considerações finais indicam que ainda há um caminho a ser trilhado com relação à definição das práticas dos psicólogos no Creas. Porém, há muito que se falar a respeito de práticas que já estão ocorrendo. Assim, tornam-se relevantes as pesquisas acadêmicas nesse contexto, pois ao inserir os profissionais psicólogos trabalhadores da política, eles podem promover uma articulação entre a produção do fazer cotidiano e a reflexão teórica e acadêmica sustentada pelas pesquisas.(AU)


This study aims to explore the activities developed by psychologists from the Centros de Referência de Atenção Especializada (CREAS - Brazilian Specialized Social Assistance Reference Centers), regarding situations of intrafamily violence identified by me, the author, a research psychologist and, CREAS worker. Participants include 12 psychologists who work on such centers from 7 cities in the countryside of Rio Grande do Sul, Brazil, where the interviews were conducted in person. The data analysis pointed toward a methodological comprehension based on 3 dimensions that have already been mentioned in the literature: the Initial Approach, which shows that these workers usually initiate their practices with a family or an individual by going after them, seeking bond development with the service. The Specialized Follow-up, in which these workers develop their practices with diversity and creativity, through home visits and activities with group, family or individual, often with other workers, such as social assistance workers. And the Network Articulation, in which a significant movement toward working with the public services available on each territory is identified. Finally, there is still a path to be taken regarding the definition of psychological practices on CREAS, however, there is much to be noticed of what has already been occurring. Thus, academic research on such context is relevant since the inclusion of psychologists who work in this policy may promote an articulation between daily activity and the theoretical and academic reflection, supported by the research.(AU)


Este texto tuvo por objetivo explicar las acciones desarrolladas por psicólogas/os trabajadoras/es en los "Centros de Referência Especializados de Assistência Social" (CREAS) (Centros de Referencia Especializados en Asistencia Social), respecto a las situaciones de violencia intrafamiliar, identificadas por un estudio empírico hecho por una psicóloga-investigadora que actúa en un CREAS. Participaron 12 psicólogas/os que trabajan en estos centros, en siete ciudades del interior de Rio Grande do Sul (Brasil), donde se llevó a cabo las entrevistas en persona. El análisis de datos apuntó a una comprensión metodológica de tres dimensiones ya destacadas en la bibliografía: la Acogida Inicial, que enseña que estos profesionales generalmente empiezan sus prácticas con una familia o individuo buscando el encuentro para la promoción de la vinculación con el servicio; El Seguimiento Especializado, en el que desarrollan sus prácticas con diversidad y creatividad desde visitas domiciliarias, trabajos con grupos, individuos o familias, generalmente junto a otros profesionales, sobre todo con trabajadores sociales; y Articulación con la Red de Servicios, en la cual se identificó un importante movimiento para el trabajo con otros servicios disponibles en el territorio. Por fin, se observa que todavía hay un camino por recorrer en relación a la definición de las prácticas de psicólogos en CREAS, aunque hay mucho que decir respecto a las prácticas que ya están ocurriendo. Así, se vuelven relevantes las investigaciones académicas en ese contexto por introducir a los profesionales psicólogos trabajadores de la política, las cuales pueden promover una articulación entre la producción del hacer cotidiano y la reflexión teórica y académica sustentada por las investigaciones.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology , Public Policy , Social Support , Practice Guidelines as Topic , Paternal Behavior , Patient Escort Service , Psychology, Social , Psychosocial Deprivation , Quality of Life , Sexual Behavior , Sex Offenses , Social Control, Formal , Social Problems , Social Sciences , Social Work , Socioeconomic Factors , Sublimation, Psychological , Bed Conversion , Behavioral Sciences , Acting Out , Diagnosis of Health Situation , Risk Factors , Intersectoral Collaboration , Civil Rights , Intergenerational Relations , Domestic Violence , Cultural Diversity , Life , Program , Behavioral Disciplines and Activities , Creativity , Analysis of Situation , Hazards , Health Risk , Psychosocial Impact , Personal Autonomy , Sociobiology , Codes of Ethics , Aggression , Human Rights Abuses , Projects , User Embracement , Family Conflict , Family Relations , Racism , Sexism , Patient Care Bundles , Human Trafficking , Dataset , Integrality in Health , Protective Factors , Psychiatric Rehabilitation , Psychosocial Support Systems , Recidivism , Social Oppression , Freedom , Family Separation , Listening Effort , Sociodemographic Factors , Social Vulnerability , Citizenship , Family Support , Health Occupations , Hierarchy, Social , Hospitals, Special , Human Rights , Malpractice , Mental Health Services , Object Attachment
7.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e244670, 2023. tab, graf
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1448956

ABSTRACT

O objetivo deste estudo foi testar um modelo teórico-explicativo para as representações sociais sobre o cenário sociopolítico brasileiro de 2017, de acordo com as seguintes relações: as representações seriam influenciadas diretamente pela confiança nas instituições, e essa confiança, determinada pelas simpatias ideológicas. Participaram 164 estudantes universitários - cuja idade média era 24 anos - que responderam a escalas intervalares. Realizaram-se modelagens de equações estruturais para testar o modelo teórico proposto. Os resultados indicaram: adequabilidade do modelo; dois grupos de variáveis apresentando relações positivas entre as variáveis do mesmo grupo e negativas na comparação intergrupos. No primeiro grupo constaram as variáveis: ideias-força de esquerda, confiança nos movimentos sociais, avaliação do governo Dilma e avaliação das políticas de esquerda; no segundo: ideias-força de direita, confiança nas instituições de controle, confiança na mídia, avaliação do governo Temer e avaliação das políticas de esquerda. Concluiu-se que a confiança institucional e a simpatia ideológica ancoravam as representações sociais do cenário brasileiro na população universitária estudada.(AU)


The aim of this study was to test an explanatory theoretical model about the social representations about Brazilian social-political scenario in 2017, based on the following relations: representations were directly influenced by the trust in institutions, and this trust, determined by ideological sympathies. A sample of 164 college students - whose average age was 24 years - answered interval scales. We performed structural equation modeling to test the proposed model. The results indicated: the suitability of the model; two groups of variables presenting positive relations in the in-group comparison and negative relations in the comparisons between groups. The first group showed the variables: Leftist ideas-forces, trust in social movements, evaluation of Dilma's administration, and evaluation of Leftist policies; the second: Rightist ideas-forces, trust in control institutions, trust in the media, evaluation of Temer's administration, and evaluation of Leftist policies. In conclusion, the institutional trust and ideological sympathies anchored the social representations of the Brazilian scenery for the studied university population.(AU)


Este estudio tuvo como objetivo probar un modelo teórico explicativo de las representaciones sociales en el escenario sociopolítico brasileño de 2017 según las siguientes relaciones: las representaciones estarían directamente influenciadas por la confianza en las instituciones, y esta confianza, determinada por las simpatías ideológicas. Participaron en este estudio 164 estudiantes universitarios, con edad media de 24 años, quienes respondieron a escalas intervalares. Se llevaron a cabo modelos de ecuaciones estructurales para probar el modelo teórico propuesto. Los resultados indicaron: adecuación del modelo; dos grupos de variables que presentaban relaciones positivas entre las variables del mismo grupo y negativas en la comparación intergrupal. El primer grupo incluía las variables: ideas-fuerza de la izquierda, confianza en los movimientos sociales, evaluación del gobierno de Dilma y evaluación de las políticas de la izquierda; el segundo: ideas-fuerza de la derecha, confianza en las instituciones de control, confianza en los medios de comunicación, evaluación del gobierno Temer y evaluación de las políticas de la izquierda. Se concluyó que la confianza institucional y la simpatía ideológica funcionaron como fundamentos de las representaciones sociales del escenario político brasileño en la población universitaria estudiada.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adolescent , Adult , Middle Aged , Young Adult , Politics , Students , Universities , Culture , Trust , Ethics, Institutional , Social Representation , Morals , Ownership , Philosophy , Political Systems , Poverty , Psychology , Psychology, Social , Public Policy , Quality of Life , Rationalization , Safety , Salaries and Fringe Benefits , Science , Authoritarianism , Social Change , Social Problems , Social Responsibility , Social Sciences , Social Security , Social Values , Socialism , Socioeconomic Factors , Sociology , Technology , Technology, Industry, and Agriculture , Thinking , Unemployment , Women , Behavior , Labor Relations , Black or African American , Brazil , Ill-Housed Persons , Adaptation, Psychological , Attitude , Ethnicity , Economic Development , Child Advocacy , Child Welfare , Surveys and Questionnaires , Liability, Legal , Civil Rights , Negotiating , Public Sector , Private Sector , Disabled Persons , Communication , Communism , Privacy , Constitution and Bylaws , Feminism , Guideline Adherence , Modernization of the Public Sector , Crime , Civil Conflicts , Personal Autonomy , Capitalism , Access to Information , State , Legislative , Democracy , Aggression , Human Rights Abuses , French Revolution , Economics , Education , Emotions , Employee Grievances , Employment , Environment , Job Market , Population Studies in Public Health , Sanitary Supervision , Agribusiness , Industrial Development , Diplomacy , Work-Life Balance , Sexual and Gender Minorities , Fascism , Political Activism , Stakeholder Participation , Extremism , Social Oppression , Freedom , Gender-Inclusive Policies , Respect , Leadership and Governance Capacity , Corruption , Solidarity , Outdated Modernization , Social Programs , Indigenous Peoples , Environmentalism , Environmental Justice , Sociodemographic Factors , Social Vulnerability , Citizenship , Socio-Environmental Responsibility , Hierarchy, Social , Human Rights , Individuation , Jurisprudence , Leadership , Lobbying , Mass Behavior , Mass Media , Military Personnel , Occupational Groups
8.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e253492, 2023. graf
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1440794

ABSTRACT

O racismo é um fenômeno que impacta a vida da população negra, direcionando-a para uma condição de marginalização social, inclusive profissionalmente. Diante disso, o presente estudo, qualitativo, objetivou analisar as estratégias de enfrentamento ao racismo adotadas por universitários negros de uma instituição pública de ensino superior no processo de construção de suas carreiras. Adotando-se como referencial a Teoria de Construção da Carreira, 27 entrevistas semiestruturadas foram conduzidas com graduandos (16 do gênero feminino e 11 do gênero masculino) autodeclarados negros de uma universidade situada na região Sudeste do Brasil. Os dados coletados foram submetidos a Análise de Similitude, por meio do software IRaMuTeQ, que demonstrou, a partir de uma árvore máxima, que os discursos dos participantes estiveram centrados no termo "racismo" e em quatro troncos de similitude relacionados aos vocábulos: "negro", "falar", "situação" e "acontecer". Os resultados indicaram que o racismo é um dos fatores que impactam a carreira dos sujeitos, sobretudo por sustentar práticas discriminatórias veladas e limitar oportunidades profissionais. Em resposta a ele, quatro estratégias de enfrentamento foram identificadas: a) diálogo com sujeitos próximos; b) busca por suporte junto à rede de apoio constituída na universidade; c) denúncia de seus impactos; e d) adoção de ações individuais de transformação da realidade. Os achados permitem identificar a adoção de diferentes estratégias individuais e coletivas de enfrentamento ao racismo, que devem ter seu desenvolvimento estimulado pelas instituições de ensino superior, a fim de que se tornem práticas sistematizadas que favoreçam a discussão sobre o fenômeno em âmbitos acadêmico e profissional.(AU)


The phenomenon of racism impacts the lives of Black population, leading them to social marginalization, including professionally. Thus, this qualitative study analyzes the coping strategies adopted by Black undergraduates from a public higher education institution to confront racism during career construction. Adopting the Career Construction Theory as a framework, 27 semi-structured interviews were conducted (16 women and 11 men) with self-declared black undergraduates from a university located in southeastern Brazil. Similarity analysis of the collected data, performed using the IRaMuTeQ software, showed that, from a maximum tree, the participants' speeches centered around the term "racism" and on four similarity trunks related to the words: "black", "talk", "situation" and "happen". Results indicated that racism majorly impacts the subjects' careers, especially by upholding veiled discriminatory practices and limiting professional opportunities. To cope with it, undergraduates adopt four main strategies: a) dialogue with close subjects; b) search for support with the support network established at the university; c) denunciation of its impacts; and d) adoption of individual strategies to transform reality. The findings point to different actions, individual and collective, adopted to fight racism, whose development should be supported by higher education institutions so that they become systemic practices that favor discussing the phenomenon in academic and professional fields.(AU)


El racismo es un fenómeno que impacta la vida de la población negra, llevándola a una condición de marginación social, incluso a nivel profesional. Así, este estudio cualitativo, tuvo por objetivo analizar las estrategias de afrontamiento el racismo que utilizan los universitarios negros de una Institución Pública de Educación Superior en el proceso de construcción de sus carreras. Tomando como referencia la Teoría de Construcción de Carrera, se realizaron 27 entrevistas semiestructuradas a estudiantes (16 mujeres y 11 hombres) autodeclarados negros de una universidad en la región Sureste de Brasil. Los datos recolectados se sometieron a un Análisis de Similitud, desarrollado utilizando el software IRaMuTeQ, que demostró, a partir de un árbol máximo, que los discursos de los participantes se centraron en el término "racismo" y en cuatro troncos de similitud relacionados con las palabras: "negro", "hablar", "situación" y "pasar". Los resultados indicaron que el racismo es uno de los factores que impactan la carrera, especialmente por sostener prácticas discriminatorias veladas y limitar las oportunidades profesionales. En respuesta a ello, se identificaron cuatro estrategias de afrontamiento: a) diálogo con sujetos cercanos; b) búsqueda de apoyo en la red constituida en la universidad; c) denuncia de sus impactos; y d) adopción de acciones individuales para transformar la realidad. Los hallazgos permiten identificar la adopción de diferentes estrategias, individuales y colectivas, para enfrentar el racismo, las cuales deben tener su desarrollo estimulado por las instituciones de educación superior, para que se conviertan en prácticas sistematizadas que favorezcan la discusión del fenómeno en el ámbito académico y profesional.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Young Adult , Students , Universities , Adaptation, Psychological , Career Choice , Career Mobility , Racism , Poverty , Prejudice , Problem Solving , Psychology , Psychology, Social , Public Policy , Race Relations , Rejection, Psychology , Salaries and Fringe Benefits , Self Concept , Social Behavior , Social Change , Social Class , Social Identification , Social Justice , Social Problems , Social Sciences , Socialization , Societies , Socioeconomic Factors , Stereotyping , Awareness , Work , Ethnicity , Family , Mental Health , Surveys and Questionnaires , Color , Cultural Diversity , Crime , Cultural Characteristics , Culture , Personal Autonomy , Dehumanization , Qualitative Research , Racial Groups , Education , Emotions , Employee Incentive Plans , Resilience, Psychological , Altruism , Bullying , Social Stigma , Social Discrimination , Genocide , Enslavement , Protective Factors , Social Capital , Physical Appearance, Body , Work Performance , Social Segregation , Political Activism , Work Engagement , Ethnocentrism , Extremism , Social Oppression , Freedom , Respect , Empowerment , Sociodemographic Factors , Ethnic and Racial Minorities , Social Vulnerability , Citizenship , Diversity, Equity, Inclusion , Antiracism , Hate , Hierarchy, Social , Household Work , Human Rights , Learning , Minority Groups
9.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249888, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422426

ABSTRACT

A recomendação ética do psicólogo para intervir criticamente sobre a demanda vai de encontro com a tarefa de diagnosticar atos de Alienação Parental e, num sentido amplo, com a judicialização das relações privadas. A genealogia de Foucault consiste num método capaz de lançar luz sobre as práticas de poder na base dos discursos relacionados ao tema da alienação parental. O eufemismo pedagógico empregado para designar as sanções da lei tem como finalidade estratégica o convencimento a respeito de supostos benefícios da tutela sobre as famílias, ao mesmo tempo em que lhes são atribuídas alguma patologia disfuncional. Numa perspectiva crítica, a assimetria de gêneros corresponde às relações de poder presentes no problema da alienação parental. Por fim, a inversão dos critérios de identificação da alienação parental revela o distanciamento entre o ideal normativo e a realidade da ruptura conjugal e familiar, apontando para a importância de práticas de cuidado e assistência em vez de judicativas e punitivas.(AU)


The psychologist's ethical recommendation to critically intervene on the demand goes against the task of diagnosing acts of Parental Alienation (AP) and, in a broad sense, with the judicialization of private relations. Foucault's genealogy consists of a method able to shed on the power practices on the basis of discourses related to the theme of Parental Alienation. The pedagogical euphemism used to designate the sanctions of the law has the strategic purpose of convincing about the supposed benefits of guardianship over families, while attributing some dysfunctional pathology to them. From a critical perspective, gender asymmetry corresponds to the power relations present in the Parental Alienation problem. Finally, the inversion of the Parental Alienation's identification criteria reveals the gap between the normative ideal and the reality of marital and family disruption, pointing to the importance of care and assistance practices instead of judicative and punitive ones.(AU)


La recomendación ética del psicólogo de intervenir críticamente sobre la demanda va en contra de la tarea de diagnosticar actos de Alienación Parental (AP) y, en un sentido amplio, con la judicialización de las relaciones privadas. La genealogía de Foucault consiste en un método capaz de arrojar luz sobre las prácticas del poder a partir de discursos relacionados con el tema de la Alienación Parental. El eufemismo pedagógico que se utiliza para designar las sanciones de la ley tiene el propósito estratégico de convencer sobre los supuestos beneficios de la tutela sobre las familias, atribuyéndoles alguna patología disfuncional. Desde una perspectiva crítica, la asimetría de género corresponde a las relaciones de poder presentes en el problema de la Alienación Parental. Finalmente, la inversión de los criterios de identificación de la Alienación Parental revela la brecha entre el ideal normativo y la realidad de la ruptura conyugal y familiar, señalando la importancia de las prácticas de cuidado y asistencia en lugar de las judicativas y punitivas.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Social Justice , Child Custody , Genealogy and Heraldry , Jurisprudence , Anxiety , Psychoanalysis , Public Policy , Repression, Psychology , Attention Deficit Disorder with Hyperactivity , Socioeconomic Factors , Therapeutics , Behavior and Behavior Mechanisms , Child Abuse, Sexual , Adaptation, Psychological , Divorce , Marriage , Child Abuse , Child Advocacy , Child Development , Child Rearing , Child Welfare , Mental Health , Liability, Legal , Negotiating , Domestic Violence , Spouses , Feminism , Single-Parent Family , Culture , State , Damage Liability , Whistleblowing , Dissent and Disputes , Depression , Dissociative Disorders , Employment , Family Conflict , Family Relations , Fathers , Resilience, Psychological , Forgiveness , Sexism , Physical Abuse , Gender-Based Violence , Social Oppression , Gender Stereotyping , Adverse Childhood Experiences , Family Separation , Sadness , Betrayal , Models, Biopsychosocial , Gender Equity , Gender Role , Family Support , Family Structure , Helplessness, Learned , Human Rights , Interpersonal Relations , Learning Disabilities , Mothers , Dissociative Identity Disorder , Object Attachment
10.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e250301, 2023.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422415

ABSTRACT

Documentos normativos determinam que serviços de Proteção Social Especial (PSE) do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) devem oferecer atendimento psicossocial às(aos) usuárias(os). No entanto, não especificam que atendimento é esse, que tipo de atividades ele inclui, porque ele caracteriza principalmente serviços da PSE ou o que o diferencia das outras atividades desenvolvidas pelas equipes desses serviços. Diante disso, neste artigo, buscamos responder às seguintes questões: como profissionais que atuam nas equipes técnicas ou na gestão de serviços de proteção social especial do município de São Paulo compreendem a noção de "atendimento psicossocial"? E como essa noção é convertida em práticas concretas de intervenção? Para respondê-las, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental, bem como fizemos 10 entrevistas semiestruturadas com profissionais da PSE. As entrevistas e documentos analisados indicam a polissemia da expressão atendimento psicossocial. Ora ela refere-se a determinadas práticas ou ações que fazem parte do cotidiano dos serviços do SUAS; ora a um aspecto ou uma visão que norteia o trabalho. Indicam, ainda, que tal forma de atendimento é caracterizada, entre outras coisas, por sua interdisciplinaridade, pela importância que dá ao contexto e ao território e por não ser equivalente à clínica psicoterápica tradicional.(AU)


Regulatory documents determine that Special Social Protection (PSE) services of the Unified Social Assistance System (SUAS) must offer psychosocial support to its users. However, they do not specify which support, what type of activities it includes, why it mainly characterizes PSE services or what differentiates it from other activities developed by teams in these services. Given this, in this article, we seek to answer the following questions: how do professionals working in the technical teams or in the management of special social protection services in the municipality of São Paulo understand the notion of "psychosocial support"? And how is this notion converted into concrete intervention practices? To answer them, we conducted a bibliographic and documentary research, as well as 10 semi-structured interviews with professionals from PSE services. The interviews and documents analyzed indicate the polysemy of the expression psychosocial support. At times, it refers to certain practices or actions that are part of the daily routine of SUAS services; at other times, it refers to an aspect or vision that guides the work. They also indicate that this form of support is characterized, among other things, by its interdisciplinary nature, by the importance given to context and territory and by not being equivalent to the traditional psychotherapeutic clinic.(AU)


Los documentos normativos determinan que los servicios de Protección Social Especial (PSE) del Sistema Único de Asistencia Social (SUAS) deben ofrecer atención psicosocial a los usuarios. Sin embargo, no especifican en qué consiste esta atención, qué tipo de actividades incluye, por qué caracteriza principalmente a los servicios de PSE o qué lo diferencia de otras actividades desarrolladas por los equipos de estos servicios. Teniendo esto en cuenta, en este artículo buscamos responder a las siguientes preguntas: ¿Qué piensan sobre la noción de "atención psicosocial" los profesionales que trabajan en los equipos técnicos o en la gestión de los servicios de protección social especial en el municipio de São Paulo? ¿Y cómo convierten esta noción en prácticas concretas de intervención? Para responderlas, realizamos una investigación bibliográfica y documental, así como diez entrevistas semiestructuradas con profesionales de la PSE. Las entrevistas y los documentos analizados indican la polisemia de la expresión atención psicosocial. A veces, se refiere a ciertas prácticas o acciones que forman parte de la rutina diaria de los servicios del SUAS; otras veces, a un aspecto o visión que guía el trabajo. También esta forma de atención se caracteriza, entre otras cosas, por su interdisciplinariedad, por la importancia que se da al contexto y al territorio, y por no ser equivalente a la clínica psicoterapéutica tradicional.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology , Public Policy , Security Measures , Social Support , Mental Health Services , Anxiety , Poverty , Psychoanalytic Interpretation , Psychotherapy , Reference Standards , Safety , Science , Sex Offenses , Social Change , Social Sciences , Social Welfare , Violence , Women's Rights , Wounds and Injuries , Child Labor , Child Advocacy , Risk , Risk Factors , Civil Disorders , Civil Rights , Police , Interview , Survivors , Privacy , Sexuality , Counseling , Crime , Culture , Disaster Victims , Personal Autonomy , Dangerous Behavior , Value of Life , State , Behavior Control , Human Rights Abuses , Depression , Education , Empathy , Disease Prevention , Stalking , Community Integration , Integrality in Health , Social Segregation , Interdisciplinary Placement , Social Oppression , Freedom , Respect , Social Vulnerability Index , Civil Society , Psychological Distress , Involuntary Commitment , Mediation Analysis , Citizenship , Psychological Well-Being , Health Occupations , Health Promotion , Home Care Services , House Calls , Housing , Object Attachment
11.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e247866, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422413

ABSTRACT

Este estudo é parte de uma ampla investigação sobre a vivência do processo de adoção malsucedida de crianças e adolescentes sob a perspectiva dos adotantes. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, com base em entrevistas semiestruturadas com 11 sujeitos independentes, nove mulheres e dois homens, moradores de diferentes estados do Brasil, que vivenciaram adoções malsucedidas. Buscamos analisar as percepções dos adotantes relacionadas à temporalidade no estabelecimento do vínculo parento-filial nessas adoções. A temporalidade da gestação simbólica foi vivenciada pelos participantes de diferentes formas, podendo ser afetada pela lentidão no processo administrativo e/ou por fantasias e idealizações referentes à origem da criança/adolescente. Tanto a demora quanto a tentativa de agilização do processo de adoção são fatores que podem gerar ansiedade na experiência da gestação simbólica e que não serão amparados no tempo cronológico, afetando o estabelecimento do vínculo parento-filial. Ressaltamos a relevância do cuidado nos períodos iniciais de construção do vínculo parento-filial, considerando a temporalidade particular de cada caso e a história pregressa da criança/adolescente, aspecto que influencia o sucesso do processo de adoção.(AU)


This study is part of a broad investigation about the experience of the unsuccessful adoption process of children and adolescents from the perspective of the adopters. Qualitative research was carried out, based on semi-structured interviews with 11 independent subjects, nine women and two men, living in different states of Brazil, who experienced unsuccessful adoptions. We seek to analyze the perceptions of adopters related to the temporality in establishing the parent-child bond in these adoptions. The temporality of the symbolic gestation was experienced by the participants in different ways, which can be affected by the slowness of the administrative process and/or by fantasies and idealizations regarding the origin of the child/adolescent. Both the delay and the attempt to speed up the adoption process are factors that can generate anxiety in the experience of symbolic gestation and that will not be supported in chronological time, affecting the establishment of the parent-child bond. The relevance of care stands out in the initial periods of parent-child bond construction considering the particular temporality of each case and the child's/adolescent's past history, aspect that influences the success of the adoption process.(AU)


Este estudio es parte de una extensa investigación sobre la experiencia del proceso fallido de adopción de niños y adolescentes desde la perspectiva de los adoptantes. Se realizó una investigación cualitativa a partir de entrevistas semiestructuradas con 11 sujetos independientes, nueve mujeres y dos hombres, residentes en diferentes estados de Brasil, que experimentaron adopciones fallidas. En este trabajo se analizan las percepciones de los adoptantes relacionadas con la temporalidad en el establecimiento del vínculo padre-hijo en adopciones fallidas. La temporalidad del embarazo simbólico fue vivida por los participantes de diferentes formas, las cuales pueden verse afectadas por la lentitud del proceso administrativo y por fantasías e idealizaciones sobre el origen del niño/adolescente. Tanto la demora como el intento de agilizar el proceso de adopción pueden generar ansiedad por la vivencia del embarazo simbólico y que no serán sustentados en el tiempo cronológico, lo que afecta establecer este vínculo. Se enfatiza la relevancia del cuidado en los períodos iniciales de construcción del vínculo considerando la temporalidad particular de cada caso y la historia pasada del niño/adolescente, un aspecto que influye en el éxito del proceso de adopción.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Time , Adoption , Child, Adopted , Object Attachment , Prejudice , Race Relations , Rejection, Psychology , Risk-Taking , Shame , Social Adjustment , Social Problems , Social Sciences , Sociology , Wounds and Injuries , Child Abuse, Sexual , Pregnancy , Bereavement , Illegitimacy , Child , Child, Abandoned , Child Abuse , Child, Institutionalized , Child Welfare , Family Characteristics , Child of Impaired Parents , Adolescent , Process Assessment, Health Care , Parenting , Communication , Crime Victims , Disabled Children , Affect , Moral Obligations , Adult Children , Aggression , Growth and Development , Drug Users , Fear , Emergency Shelter , Social Discrimination , Social Oppression , Family Separation , Frustration , Sadness , Psychological Distress , Home Environment , Guilt , Jurisprudence , Legal Guardians , Malpractice , Morals , Motivation
12.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e244897, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422411

ABSTRACT

O racismo estrutural é uma realidade na sociedade brasileira e pode ser manifestado no interior de famílias inter-raciais. As crianças e as pessoas adultas que experienciam sentimentos de aceitação ou de rejeição nas dinâmicas familiares desenvolvem diferentes formas de ver a si mesmas, os outros e o mundo ao redor. Este estudo teve por objetivo avaliar as percepções de suporte emocional, rejeição parental na infância e discriminação cotidiana entre pessoas brancas, pardas e pretas. Participaram 175 pessoas, 80% do gênero feminino, com idade da amostra total variando de 18-39 anos (M = 24; DP = 5,11). Cento e três participantes se identificaram como branca/o, 42, como preta/o e 30, como parda/o. Todos responderam um formulário online composto pela Escala de Lembranças de Práticas Parentais, Escala de Discriminação Cotidiana e questões sociodemográficas. O resultado do teste Manova indicou que não houve diferença estatisticamente significativa entre as pessoas brancas, pardas e pretas em relação ao suporte emocional e à rejeição parental. Quanto à percepção de discriminação, houve diferença estatisticamente significativa nas subescalas de Tratamento Injusto [X²(2) = 17,360; p < 0,001] e Rejeição Pessoal [X²(2) = 27,970; p < 0,001], pessoas pretas apresentaram maiores médias que pardas e brancas, respectivamente. Discute-se a importância de falar sobre racismo nas relações familiares. Espera-se percepções de rejeição parental menor para pessoas brancas e de discriminação cotidiana maior para pardas e pretas.(AU)


Structural racism is a reality in Brazilian society and it can manifest within interracial families. Children and adults who experience feelings of acceptance or rejection in family dynamics develop different forms of seeing themselves, others, and the world around them. This study aimed to analyze perceptions of emotional support, parental rejection in childhood, and everyday discrimination between white, mixed, and black people. The participants were 175 people, 80% women, aged between 18 to 39 years (M = 24; DP = 5.11). A hundred and three participants identified themselves as white, 42 as black, and 30 as mixed. All answered an online form with the Memories on Parenting Practices, Everyday Discrimination Scale, and sociodemographic questions. Results show that the MANOVA test indicated no statistically significant difference between white, black, and mixed people regarding emotional support and parental rejection. Concerning the perception of discrimination, there was a statistically significant difference in the Unfair Treatment [X2(2) = 17.360; p < 0.001] and Personal Rejection [X2(2) = 27.970; p < 0.001] subscales, black people presented higher averages than mixed and white groups, respectively. This study discusses the importance of discussing racism in family relationships. Perceptions of lower parental rejection for white people and higher everyday discrimination for mixed and blacks are expected.(AU)


El racismo estructural es una realidad en la sociedad brasileña y puede manifestarse en familias interraciales. Los niños y los adultos que experimentan sentimientos de aceptación o rechazo en la dinámica familiar desarrollan diferentes formas de verse a sí mismos, a los demás y al mundo que los rodea. Este estudio tuvo como objetivo evaluar las percepciones de apoyo emocional, rechazo de los padres en la infancia y discriminación cotidiana entre personas blancas, mestizas y negras. Participaron 175 personas, 80% mujeres, con una edad de la muestra total de entre 18 y 39 años (M = 24; DE = 5,11). Ciento tres participantes se identificaron como blancos; 42 como negros y 30 como pardos. Todos respondieron un formulario en línea que consta de la Escala de Recuerdo de Prácticas de Crianza, la Escala Discriminación en la Vida Cotidiana y de preguntas sociodemográficas. El resultado de la prueba Manova indicó que no hubo diferencias estadísticamente significativas entre las personas con respecto al apoyo emocional y el rechazo de los padres. En cuanto a la percepción de discriminación, hubo uma diferencia estadísticamente significativa en las subescalas de trato injusto [X2(2) = 17,360; p < 0,001] y rechazo personal [X2(2) = 27,970; p < 0,001], los negros tenían promedios más altos que los pardos y los blancos, respectivamente. Se discute la importancia de hablar de racismo en las relaciones familiares. Se esperan percepciones de menor rechazo de los padres hacia las personas blancas y mayor discriminación diaria hacia los pardos y negros.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Adult , Young Adult , Social Support , Family , Racism , Social Discrimination , Social Status , Psychology , Psychosexual Development , Psychotherapy , Public Policy , Race Relations , Social Change , Social Isolation , Socioeconomic Factors , National Health Strategies , Intergenerational Relations , Domestic Violence , Colonialism , Western World , Affect , Culture , Denial, Psychological , Comprehension , Racial Groups , Ego , Family Conflict , Family Therapy , Enslavement , Psychological Trauma , Social Oppression , Social Privilege , Disgust , Humanities
13.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e248692, 2023. graf
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422409

ABSTRACT

Este artigo é uma produção teórica de caráter reflexivo que focaliza a relação entre pesquisa e militância a partir do construtivismo semiótico-cultural em psicologia, tendo como base o caso da militância monodissidente. A noção de monodissidência foi cunhada no percurso da militância bissexual para se referir a uma ferramenta analítica de ordem político-comunitária que contempla todas as pessoas que se atraem sexual e/ou romanticamente por mais de um gênero. São contrapostas concepções distintas de militância político-social em psicologia: de um lado, militância é entendida a partir de um autocentramento do militante, vinculado a uma rede de exclusões, negações, vedação e defesas psicológicas em relação à experiência; de outro, há uma compreensão dialógica de militância. Metodologicamente, a proposta de pesquisa se fundamenta no campo da participação observante, entendendo que o pesquisador está, primeiro, na condição de participante de certo campo sociocultural, a partir do qual passa a observar e refletir sobre fenômenos que ocorrem nele. Tomamos como ilustração a trajetória de construção da militância monodissidente do primeiro autor, trazendo tensionamentos dialógicos para a análise, postos em discussão com outras reflexões situadas sobre o tema. O conjunto de tensionamentos dialógicos emergidos nesse percurso foi mapeado e compreendido como um processo de multiplicação dialógica no encontro de self pesquisador com o self militante.(AU)


This paper is a theoretical production of reflective character that focuses on the relationship between research and activism from the semiotic-cultural constructivism in psychology, based on the case of monodissident activism. The notion of monodissent was coined during bisexual activism to refer to an analytical tool of a political-community order that includes all people who are sexually and/or romantically attracted to more than one gender. Different conceptions of political-social activism in psychology are opposed: on the one hand, activism is understood from the militant's self-centeredness, linked to a network of exclusions, denials, gatekeeping, and psychological defenses regarding experience; on the other hand, there is a dialogical understanding of activism. Methodologically, the research proposal is based on the field of observant participation, understanding that the researcher is, first, in the condition of a participant in a certain sociocultural field, from which he starts to observe and reflect on phenomena that occur there. We take as an illustration the trajectory of the construction of the monodissident activism of the first author, bringing dialogical tensions to the analysis, discussed with other reflections on the subject. The set of dialogic tensions that emerged in this path was mapped and understood as a process of dialogic multiplication in the encounter of the researcher self with the activist self.(AU)


Este artículo realiza una producción teórica y reflexiva sobre la relación entre investigación y activismo desde el constructivismo semiótico-cultural en Psicología, a partir del caso del activismo monodisidente. La noción de monodisidencia fue acuñada en el transcurso de la militancia bisexual para referirse a una herramienta analítica de orden político-comunitario que incluye a todas las personas que se sienten atraídas sexual y / o románticamente por más de un género. Se contraponen distintas concepciones de la militancia político-social en Psicología: por un lado, la militancia se entiende desde el egocentrismo del militante, vinculado a un entramado de exclusiones, negaciones, sellamientos y defensas psicológicas con relación a la experiencia; por otro, existe una comprensión dialógica de la militancia. La investigación utiliza como metodología la participación del observador, entendiendo que el investigador se encuentra, en primer lugar, en la condición de participante de determinado campo sociocultural, desde donde comienza a observar y reflexionar sobre los fenómenos que allí ocurren. Tomamos como ilustración la trayectoria de la construcción de la militancia monodisidente del primer autor, trayendo tensiones dialógicas al análisis, discutidas con otras reflexiones sobre el tema. El conjunto de tensiones dialógicas que surgieron en este camino se caracteriza y se comprende como un proceso de multiplicación dialógica en el encuentro del self investigador con el self militante.(AU)


Subject(s)
Humans , Psychology , Bisexuality , Homeopathic Semiology , Sexuality , Culture , Ego , Political Activism , Politics , Public Policy , Self Concept , Sexual Behavior , Sex Education , Social Justice , Social Sciences , Socioeconomic Factors , Stereotyping , Transsexualism , Behavior and Behavior Mechanisms , Marriage , Sexually Transmitted Diseases , Mental Health , Civil Rights , Congresses as Topic , Vulnerable Populations , Education , User Embracement , Population Studies in Public Health , Sexual Health , Sexism , Gender-Based Violence , Stakeholder Participation , Social Oppression , Gender Diversity , Asexuality , Monosexuality , Pansexuality , Sexuality Disclosure , Gender Norms , Respect , Intersex Persons , Psychosocial Intervention , Social Cohesion , Human Development , Human Rights , Interpersonal Relations
14.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249674, 2023. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422407

ABSTRACT

Este artigo teve como objetivo compreender, a partir de uma análise fenomenológica, o impacto do racismo sobre vivências de mulheres negras. Foram analisados relatos escritos por mulheres que se autodeclaravam negras encontrados em sites e blogs da internet. Esta pesquisa qualitativa fenomenológica foi inspirada na proposta filosófica de Edmund Husserl, consistindo na elaboração de uma narrativa síntese que resumiu os elementos essenciais das vivências dessas mulheres. Os resultados possibilitaram compreender que as experiências de racismo vivenciadas por mulheres negras têm início na infância e as acompanham ao longo de toda a vida, causando impactos sobre sua saúde mental. A insatisfação em relação ao cabelo natural e a cor da pele surgem como sinais concretos de recusa da identidade negra; enquanto o processo de tomada de consciência, reconhecimento e aceitação da negritude impulsionam a autoaceitação e a construção de uma nova identidade como mulher negra. A troca de experiências com outras pessoas negras sobre racismo favoreceu o reconhecimento da negritude. Conclui-se que o suporte emocional de pessoas que vivenciam o mesmo tipo de sofrimento social pode ser de grande relevância no processo de superação, assim como os processos de intervenção psicológica quando pautados por atitudes de empatia e aceitação. Nesse sentido, a formação de psicólogos deve incluir conteúdos e práticas que abordem o tema do racismo como parte da realidade social.(AU)


This article aimed to understand, based on qualitative research, the impact of racism on Black women's experiences. To this end, accounts authored by women who self-identify as Black, found on websites and internet blogs were used as data sources. The phenomenological analysis of data was based on Edmund Husserl's philosophical proposal, and consisted of a narrative synthesis that summed the essential elements of these women's experiences. Results of this research enabled the understanding that experiences of racism, lived by Black women, start during childhood and accompany them throughout their lifetime, impacting their mental health. Dissatisfaction with their natural hair and skin color appear as concrete signs of turning down their Black identity; sharing their experiences with other Black people about racism helps them recognize their Blackness. The process of awareness, recognition and acceptance of Blackness drive them to self-acceptance and the construction of an identity that integrates their condition as Black women. We conclude that the emotional support given by people who live similar social suffering can be essential to the process of overcoming it, as should be the process of psychological intervention, when founded on attitudes of comprehensive empathy and acceptance. In this regard, we suggest that psychologists' education include both courses and practice that encompass the theme of racism as part of our social reality.(AU)


Este artículo tuvo como objetivo comprender, a partir de una investigación cualitativa, el impacto del racismo en las experiencias de las mujeres negras. Fueron utilizados relatos escritos por mujeres que decían ser negras como fuentes de datos, en sitios de Internet y blogs. El análisis fenomenológico de los datos se realizó a partir de la propuesta filosófica de Edmund Husserl y consistió en la construcción de una narrativa síntesis que presentaba los elementos esenciales de las vivencias de estas mujeres. Los resultados permitieron comprender que las experiencias de racismo, vividas por las mujeres negras, comienzan en la infancia y las acompañan a lo largo de la vida, con un impacto en la salud mental. La insatisfacción con el color natural del cabello y la piel aparece como signos concretos de rechazo a la identidad negra; el intercambio de experiencias con otros negros sobre el racismo favorece el reconocimiento de la negritud. El proceso de toma de conciencia, reconocimiento y aceptación de la negritud impulsa la autoaceptación y la construcción de una identidad que integra la condición de la mujer negra. Se concluye que el apoyo emocional que brindan las personas que experimentan el mismo tipo de sufrimiento social puede ser de gran relevancia en el proceso de superación, así como los procesos de intervención psicológica, cuando se guían por actitudes de comprensión y aceptación empáticas. En este sentido, se sugiere que los cursos de formación para psicólogos incluyan contenidos y prácticas que aborden el tema del racismo como parte de la realidad social.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Psychological Phenomena , Black or African American , Mental Health , Racism , Learning , Poverty , Prejudice , Psychology , Public Policy , Rabies , Self Concept , Social Isolation , Socioeconomic Factors , Violence , Wounds and Injuries , Child Welfare , Women's Health , Adolescent , Sexuality , Feminism , Cultural Deprivation , Personal Autonomy , Narration , Human Characteristics , Ego , Emotions , Employment , Social Stigma , Social Marginalization , Physical Appearance, Body , Defamation , Blog , Political Activism , Social Oppression , Social Privilege , Androcentrism , Freedom , Internet Access , Sadness , Respect , Gender Identity , Empowerment , Social Comparison , Social Status , Socioeconomic Disparities in Health , Life Change Events , Loneliness , Mass Media
15.
Barbarói ; (61): 123-143, jan.-jun. 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1397238

ABSTRACT

O presente texto apresenta reflexões teóricas que apontam para possibilidades de expressar identidades sexuais e de gênero em diversos espaços de sociabilidade, considerando os fatores relacionados à sublevação dos pensamentos conservadores. Em seguida, intentamos compreender o fenômeno dos discursos conservadores como sendo um movimento político e social que faz uso dos recursos da linguagem para encenar processos de exclusão, que potencializam a eliminação física do outro em sua diferença em termos reais. Posteriormente, trazemos a categoria social mulher para o centro do debate; nesta parte, objetivamos compreender os marcadores que acentuam a estigmatização e a marginalização da identidade feminina. Em complemento, desenvolvemos uma discussão acerca do protagonismo da mulher professora e filósofa e, para corroborar tal reflexão, pretendemos discorrer a respeito da decolonialidade como uma epistemologia que defende a retomada da representatividade, no campo do ser, do saber e do poder, de grupos que foram, através de um processo eurocêntrico/moderno de colonização, oprimidos, marginalizados e inferiorizados.(AU)


The present paper presents theoretical reflections that guide to possibilities of expressing sexual and gender identities in several spaces of sociability considering the factors related to the growth of conservative thoughts. We seek to understand the phenomenon of conservative discourses as a political and social movement that makes use of the resources of language to enact processes of exclusion that enhance the physical elimination of the other in their difference in real terms. Subsequently, we bring the social category to the center of the debate, in this part we aim to understand the markers that accentuate the stigmatization and marginalization of the feminine identity. In addition, we develop a discussion about the protagonism of the teacher and philosopher woman and, to corroborate this reflection, we intend to discuss about the decoloniality as an epistemology that defends the resumption of representativity, in the field of being, knowledge and power, groups which were, through a Eurocentric / modern process of colonization, oppressed, marginalized, and inferior.(AU)


El presente artículo presenta reflexiones teóricas que abordan las posibilidades de expresar identidades sexuales y de género en diversos espacios de sociabilidad considerando factores relacionados con el crecimiento de los pensamientos conservadores. Comprendemos el fenómeno relativo a los discursos conservadores como parte de un movimiento político y social que utiliza los recursos del lenguaje para poner en escena procesos de exclusión potencializadores de la eliminación física del otro, en su diferencia, en términos reales. A continuación, traemos la categoría social mujer al centro del debate, en esta sección objetivamos comprender los marcadores que acentúan la estigmatización y la marginación de la identidad femenina. En complemento, desarrollamos una discusión acerca del protagonismo de la mujer profesora y filósofa. Para esta reflexión, pretendemos discurrir sobre la decolonialidad como una epistemología que defiende el rescate de la representatividad, en el campo del ser, del saber y del poder, de grupos que, a través de un proceso eurocéntrico / moderno de colonización, oprimidos, marginados tornados más inferior.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Sexuality , Social Oppression , Gender Identity , Social Isolation , Stereotyping , Social Marginalization , Gender Role
16.
Psicol. ciênc. prof ; 42(spe): e264143, 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1386988

ABSTRACT

Pode a clínica psicológica escutar as subjetividades periféricas? A partir dessa problematização, o presente estudo teórico se propõe a pensar a relação entre clínicas psicológicas e subjetividades periféricas, aquelas vidas que estão afastadas dos diversos centros: políticos, sociais, econômicos, étnico-raciais, de gênero e sexualidades etc. Marcadas por relações de exclusão, opressões e precarizações, as subjetividades periféricas são vistas como produtos de processos de colonização que se atualizam em estratégias mais sofisticadas, investindo além do corpo biológico e alcançando os processos de subjetivação em suas múltiplas faces. Ao mesmo tempo, também são vistas como sujeitas, cujos processos de dessubjetivação dessa produção de território existencial terrificante expressam linhas de resistência crítica e inventiva que contornam um espaço fora do centro não como lugar de sujeição, mas de politização do corpo e afirmação da vida. O estudo aponta para a irrupção da fixidez teórico-metodológica e aposta na invenção de uma clínica que pensa a partir de onde os pés pisam, e da experimentação dos contextos e das vidas que se propõe cuidar, produzindo uma dupla tarefa de descolonização: da psicologia clínica ainda carregada de discursos e práticas colonizantes e das subjetividades que são produtoras e produtos de processos de opressão e exclusão.(AU)


Can psychological clinic listen to peripheral subjectivities? From this problematic, this theoretical study reflects on the relationship between psychological clinics and peripheral subjectivities-lives that are removed from the various centers: political, social, economic, racial-ethnic, gender and sexualities, etc. Marked by exclusion, oppression, and precariousness, peripheral subjectivities are seen as products of colonization processes that are reiterated by more sophisticated strategies, going beyond the biological body and reaching the subjectivation processes in its multiple facets. Simultaneously, they are seen as subjects, whose desubjectivation processes of this terrifying existential territory production express critical and inventive resistances that outline a peri-space not as a place of subjection, but of politicization of the body and affirmation of life. The study argues in favor of dismantling theoretical-methodological fixity and inventing a clinic rooted on experimentation of the contexts and lives it proposes to care for, engendering a double decolonization: of clinical psychology still laden with colonizing discourses and practices and of subjectivities that produce and are products of oppression and exclusion.(AU)


¿Puede la clínica psicológica escuchar las subjetividades periféricas? Desde esta problematización, este estudio se propone pensar la relación entre clínicas psicológicas y subjetividades periféricas, aquellas vidas que están apartadas de todos los centros: políticos, sociales, económicos, étnico-raciales, de género y sexualidades, etc. Marcadas por relaciones de exclusión, opresiones, precarizaciones, estas subjetividades periféricas son producto de los procesos de colonización que se actualizan en estrategias más sofisticadas que, más allá del cuerpo biológico, invisten en los procesos de subjetivación y sus múltiplos rostros. Al mismo tiempo, son agentes cuyos procesos de subjetivación de esta producción de territorio existencial petrificante exprimen líneas de resistencia crítica e inventiva que contornan el margen del centro no como espacio de sujeción, sino como espacio de politización del cuerpo y afirmación de la vida. El estudio realizado apunta a la necesidad de ruptura con los aportes teórico-metodológicos rígidos y apuesta en la invención de una clínica que piensa desde su fundamentación, y de la experimentación de los contextos y vidas que buscan cuidar, lo que produce una doble tarea de descolonización: de la psicología clínica aún marcada por las prácticas de colonialidad y de las subjetividades que son productoras y producto de los procesos de opresión y exclusión.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Psychology, Clinical , Poverty Areas , Colonialism , Ownership , Psychology , Public Policy , Social Isolation , Social Problems , Socioeconomic Factors , Cultural Diversity , Sexuality , Social Investment Projects , Ethics , Racism , Ethnocentrism , Social Oppression , Social Privilege , Respect , Information Avoidance , Systemic Racism
17.
Psicol. ciênc. prof ; 42: e241846, 2022.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422366

ABSTRACT

Nas reformas psiquiátricas, a ruptura com o manicômio é um problema não apenas legal, mas cultural. Basaglia alertava para o "circuito de controle" na sociedade que define os comportamentos normais e patológicos, punindo e excluindo aqueles que não podem ser domesticados ou neutralizados. Neste artigo, utilizamos dados empíricos para propor o conceito de circuito manicomial do cuidado, desenvolvendo uma configuração própria de institucionalização pela articulação dos processos de patologização, psicofarmaceuticalização e estigma. Esse conjunto de processos garante uma base cultural para os mecanismos de perpetuação do manicômio, pois produz sociabilidades e sensibilidades manicomiais. O circuito manicomial de cuidado opera a céu aberto, por intermédio de um conjunto de discursos, práticas e tecnologias que trabalham de modo interdependente com o manicômio, com a especial participação da família, instituição que tende a manipular psicofármacos ao modo de tecnologias morais. Identificamos três atos que compõem o circuito manicomial do cuidado, por meio da análise hermenêutica de base ricoeuriana de dois casos que selecionamos de uma pesquisa etnográfica sobre trajetórias de (des)institucionalização de pessoas com sofrimento psíquico: a) o processo de alimentação da identidade patológica; b) a espiral do controle: psicofármacos reforçando o estigma patologizante; e c) a domesticação extramuros da solução-manicômio. Com esta análise, busca-se suprir uma das lacunas que têm sido observadas em estudos que examinam como os contextos de Reforma Psiquiátrica têm se ocupado insuficientemente da compreensão de como dinâmicas sociais e culturais impõem desafios ao trabalho de desinstitucionalização.(AU)


In psychiatric reforms, breaking away from the asylum is not only a legal issue, but also a cultural one. Basaglia warned of the "control circuit" in society that defines normal and pathological behaviors, punishing and excluding those who cannot be domesticated or neutralized. In this article, we used empirical data to propose the concept of asylum care circuit, developing its own institutionalization configuration by articulating processes of pathologization, psychopharmaceuticalization, and stigma. This ensemble of processes guarantees a cultural basis to the mechanisms for the asylum's perpetuation, since it produces asylum sociabilities and sensibilities. The asylum care circuit operates in the open, with a set of discourses, practices, and technologies, which work interdependently with the asylum, with special participation of the family, an institution that tends to manipulate psychiatric drugs in the manner of moral technologies. We identified three integral moments that integrate this circuit of care, by Ricoeur-based hermeneutic analysis of two cases we selected from an ethnographic research on trajectories of (de)institutionalization of people suffering psychological distress: a) the bolstering process of pathological identities, b) the control spiral: psychotropic drugs retro-feeding pathologizing stigma, and c) the out-of-the-asylum domestication of the asylum-solution. With this analysis, we seek to fill one of the gaps observed in studies that examine how the contexts of psychiatric reform have insufficiently dealt with understanding how social and cultural dynamics impose challenges to the work of deinstitutionalization.(AU)


En las reformas psiquiátricas, la ruptura con el manicomio no es solo un problema legal, sino cultural. Basaglia advirtió sobre el "circuito de control" en la sociedad que define comportamientos normales y patológicos, castigando y excluyendo a aquellos que no pueden ser domesticados o neutralizados. En este artículo, basado en datos empíricos, proponemos el concepto de circuito manicomial de atención, desarrollando su propia configuración de institucionalización mediante la articulación de los procesos de patologización, psicofarmacologización y estigma. Este proceso propicia una base cultural para los mecanismos de perpetuación del manicomio, ya que produce sociabilidad y sensibilidad al manicomio. El circuito manicomial de cuidado opera mediante discursos, prácticas y tecnologías interdependientes de él, y cuenta con la participación especial de la familia, institución que tiende a manipular los psicofármacos en forma de tecnologías morales. Identificamos tres actos que conforman el circuito manicomial de cuidado a partir de un análisis hermenéutico ricoeuriano de dos casos que seleccionamos de una investigación etnográfica sobre trayectorias de (des)institucionalización de personas con sufrimiento psíquico: a) El proceso de alimentación de la identidad patológica, b) el espiral de control: psicofármacos que refuerzan el estigma patologizante, y c) la domesticación extramuros de la solución-manicomio. Este análisis permite suplir una de las lagunas que se ha observado en los estudios de los contextos de la Reforma Psiquiátrica, debido a la insuficiente preocupación por comprender cómo las dinámicas sociales y culturales imponen desafíos al trabajo de desinstitucionalización.(AU)


Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Psychotropic Drugs , Mental Health , Deinstitutionalization , Social Stigma , Medicalization , Hospitals, Psychiatric , Schizophrenia , Bipolar Disorder , Depersonalization , Integrality in Health , Psychiatric Rehabilitation , Social Oppression , Psychological Distress
18.
Psicol. ciênc. prof ; 42: e235503, 2022. tab
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1360646

ABSTRACT

É cada vez maior o número de pessoas vivendo nas ruas, contudo, ainda são reduzidos os estudos e as políticas públicas voltados ao público feminino, razão pela qual este artigo focalizou o cotidiano das ruas objetivando analisar as implicações psicossociais dos estigmas e preconceitos na vida das mulheres em situação de rua. Ser mulher nesse cenário evoca relações de poder inseridas no conceito de gênero, considerado enquanto construção social e calcado em relações patriarcais. Estar nas ruas é estar exposta e ser alvo de ações discriminatórias que passam pela invisibilidade perante as políticas públicas, por processos de exclusão e por ações violentas perpetradas na rede de relações tecidas a partir da rua. Realizamos uma pesquisa qualitativa, na qual utilizamos entrevistas em profundidade com sete mulheres em situação de rua na cidade de Maracanaú (CE). O material coletado foi submetido à Análise de Conteúdo, que contou com apoio do software Atlas Ti 5.2 para identificar processos opressivos presentes nos estigmas e nos preconceitos, que atuam por meio de desqualificação e descrédito dessas mulheres e conduzem a sentimentos de humilhação e vergonha capazes de incidir sobre seus modos de vida e sobre as relações estabelecidas em seu cotidiano.(AU)


The number of people living on the streets is increasing, yet studies and public policies aimed at the female public are still scarce, which is why this article turned to the daily life of the streets to analyze the psychosocial implications of stigmas and prejudices in homeless women's lives. Being a woman in this scenario evokes power relations inserted in the concept of gender, considered as a social construction and based on patriarchal relations. To be on the streets is to be exposed and to be the target of discriminatory actions that include invisibility in the face of public policies, processes of exclusion, and violent actions perpetrated in the network of relationships woven from the streets. We conducted qualitative research, in which we use in-depth interviews, with seven homeless women in the city of Maracanaú (Ceará, Brazil). We submitted the collected material to Content Analysis, which used the Atlas ti 5.2 software to identify oppressive processes present in the stigmas and prejudices, which act by disqualifying and discrediting these women and lead to feelings of humiliation and shame capable of affecting their ways of life and the relationships established in their daily lives.(AU)


El número de personas que viven en las calles está aumentando cada vez más, pero aún se observan pocos estudios sobre el tema y escasas políticas públicas dirigidas al público femenino, por lo que este artículo ha recurrido a la vida cotidiana de las calles para analizar las implicaciones psicosociales de los estigmas y prejuicios en la vida de las mujeres en la calle. Ser mujer en este escenario evoca las relaciones de poder bajo el concepto de género, considerado como una construcción social y que se basa en las relaciones patriarcales. Estar en las calles es estar expuesta y ser objeto de acciones discriminatorias que pasan por la invisibilidad ante las políticas públicas, por procesos de exclusión y las acciones violentas perpetradas en la red de relaciones tejidas desde la calle. Se realizó una investigación cualitativa, en la cual se aplicaron entrevistas a profundidad con siete mujeres en situación de calle en la ciudad de Maracanaú (Ceará, Brasil). Se aplicó el análisis de contenido en el material, utilizando el software Atlas ti 5.2 para identificar los procesos opresivos presentes en estigmas y prejuicios, que actúan por medio de la descalificación y el descrédito de estas mujeres produciendo sentimientos de humillación y vergüenza capaces de incidir en sus formas de vida y las relaciones establecidas en su cotidiano.(AU)


Subject(s)
Humans , Female , Adult , Prejudice , Women , Ill-Housed Persons , Christianity , Social Oppression , Poverty , Public Policy , Shame , Socioeconomic Factors , Unified Health System , Life , Qualitative Research
19.
Psicol. soc. (Online) ; 33: e222510, 2021.
Article in Portuguese | INDEXPSI, LILACS | ID: biblio-1250540

ABSTRACT

Resumo Este estudo objetivou compreender a importância de narrar e transmitir experiência a partir da memória do velho e do lugar de pária que lhe é destinado no modo de produção do capitalismo. Parte de estudos realizados pela psicóloga social Ecléa Bosi e por Benjamin. São discutidos dois elementos presentes nas experiências relatadas pela autora e que estão presentes no conceito de história já elaborado por Benjamin: a importância da rememoração e da redenção messiânica. A relevância de narrar as experiências diz respeito ao que se apresenta predominantemente nas memórias colhidas: a transmissão das possibilidades não realizadas. Analisa-se como a forma de trabalho flexível do capitalismo violenta a possibilidade de construção da memória de si na sua vinculação com a memória do outro ao impor aos sujeitos o desenraizamento e seu efeito desagregador da memória. Por fim, discute-se a urgente necessidade de transformação das condições que geram opressão dos velhos trabalhadores.


Resumen Este estudio tuvo como objetivo comprender la importancia de narrar y transmitir experiencia a partir de la memoria del viejo y del lugar de paria que le es destinado en el modo de producción del capitalismo. Parte de los estudios realizados por la psicóloga social Ecléa Bosi y Walter Benjamin. Se discuten dos elementos presentes en las experiencias relatadas por la autora y que están presentes en el concepto de historia ya elaborado por Benjamin: la importancia de la evocación y de la redención mesiánica. La relevancia de narrar las experiencias se refiere a lo que se presenta predominantemente en las memorias cosechadas: la transmisión de las posibilidades no realizadas. Se analiza cómo la forma de trabajo flexible del capitalismo violenta la posibilidad de construcción de la memoria de sí en su vinculación con la memoria del otro al imponer a los sujetos el desarraigo y su efecto disgregador de la memoria. Por último, se discute la urgente necesidad de transformación de las condiciones que generan opresión de los viejos trabajadores.


Abstract This study aimed to understand the importance of narrating and transmitting experience from the memory of the elder and the place of pariah destined to them in capitalism's mode of production. It has as reference studies carried out by the social psychologist Ecléa Bosi and by Walter Benjamin. Two elements present in the experiences reported by Bosi - which are present in the concept of history already elaborated by Benjamin -, are discussed: the importance of the remembrance and the messianic redemption. The relevance of narrating experiences relates to what is predominantly presented in the collected memories: the transmission of unrealized possibilities. It is analyzed how capitalism's flexible working form violates the possibility of constructing the memory of oneself in its connection with the memory of the other by imposing on people the uprooting and its disintegrating effect of memory. Finally, it discusses the urgent need to transform the conditions that generate oppression of the old workers.


Subject(s)
Humans , Aged , Aged, 80 and over , Aged , Capitalism , Social Oppression , Life Change Events , Memory , Social Marginalization , Personal Narrative
20.
Psicol. rev. (Belo Horizonte) ; 26(3): 1040-1057, set.-dez. 2020.
Article in Portuguese | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1507240

ABSTRACT

A Psicologia Social Comunitária (PSC) busca desenvolver intervenções psicossociais que contribuam para a supressão das desigualdades sociais presentes em nossa realidade. Assim como a PSC, o Teatro do Oprimido (TO) propõe uma atividade artística e política comprometida com a transformação da realidade social. Objetivamos apresentar algumas possíveis articulações e contribuições do TO para o campo da PSC, com destaque para as experiências que têm sido realizadas ante as opressões de gênero ainda vivenciadas por inúmeras mulheres no âmbito da sociedade brasileira. Realizamos uma revisão narrativa de literatura, contextualizando dimensões centrais do TO que podem favorecer a atuação dos profissionais da Psicologia diante de situações de exploração e opressão. Consideramos que o TO pode se conformar como uma ferramenta metodológica potente para uma práxis em PSC comprometida com a transformação da sociedade em direção à emancipação política e humana.


Community Social Psychology (CSP) seeks to develop psychosocial interventions that contribute to the suppression of social inequalities within our reality. As well as CSP, the Theatre of the Oppressed (TO) put forward an artistic and political activity committed to social reality transformation. We aim to present possible associations and contributions from the Theatre of the Oppressed to the field of CSP, highlighting lived through events concerning the gender oppression still experienced by countless women within Brazilian society. A narrative literature review was undertaken in order to contextualize central dimensions of TO, which may favour the practice of psychologists in situations of exploitation and oppression. We consider TO as a method and a powerful tool for a CSP praxis committed to the transformation of society towards political and human emancipation.


La Psicología Social Comunitaria (PSC) busca desarrollar intervenciones psicosociales que contribuyan a la supresión de las desigualdades sociales presentes en nuestra realidad. Así como la PSC, el Teatro del Oprimido (TO) propone una actividad artística y política comprometida con la transformación de la realidad social. Objetivamos presentar algunas posibles articulaciones y contribuciones del TO para el campo de la PSC, con destaque para las experiencias que se han realizado frente a las opresiones de género aún vividas por innumerables mujeres en el ámbito de la sociedad brasileña. Realizamos una revisión narrativa de literatura contextualizando dimensiones centrales del TO que pueden favorecer la actuación de los profesionales de la Psicología ante situaciones de explotación y opresión. Consideramos que el TO puede conformarse como una herramienta metodológica potente para una praxis en PSC comprometida con la transformación de la sociedad hacia la emancipación política y humana.


Subject(s)
Psychology, Social , Social Oppression , Gender Identity
SELECTION OF CITATIONS
SEARCH DETAIL